Adicional para motoboys deve impactar preços
Após a presidente Dilma sancionar lei que garante adicional de periculosidade de 30% sobre o salário para motoboys, consumidores baianos devem preparar os bolsos, já que produtos que dependem deste serviço sofrerão reajuste entre 15% e 19%. É o que afirma Ivan Martins, representante do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga da Bahia.
Segundo Martins, a curto prazo o impacto da medida será grande para o empresariado, pois será preciso ajustar os custos da empresa, o que vai refletir no aumento do preço final para o consumidor.
Martins ainda diz que demissões podem ocorrer durante o processo de adaptação da lei para as empresas. “No início, vai ser difícil. Alguns profissionais devem ser demitidos, mas a médio prazo teremos um reaquecimento do mercado e retomada dos empregos”, observa ele.
Para o motoboy Gerônimo Pereira, os profissionais só têm o que comemorar. Ele, que já foi membro do Sindicato dos Motociclistas, Motoboys e Mototaxistas do Estado da Bahia (Sindmoto-BA), disse que a medida de Dilma é uma conquista do que há muito o sindicato lutava.
“Trabalhar com moto é de alto risco, um perigo grande. A profissão teve muitos avanços, mas estávamos desprotegidos. Agora fomos valorizados”, comemora Pereira.
Adaptação
Embora a lei vá causar impacto nos preços de serviços prestados ao consumidor e empregos dos motoboys, empresários e trabalhadores acreditam que se trata apenas de uma questão de adaptação do mercado.
Conforme o empresário Paulo César de Jesus, que dirige a PC e BA serviços de motoboy, mesmo com as dificuldades iniciais, a medida é importante e necessária para garantir a segurança dos motoboys, que correm riscos na lida do ofício.
“Vários profissionais têm o adicional. O motoboy também precisava disso. Basta que as empresas ajustem os custos com o tempo. Esse profissional é cada vez mais necessário, basta observar o trânsito caótico da cidade”, afirma Paulo, que se refere à agilidade dos motoboys na prestação dos serviços.
A diretora do restaurante Cheiro de Pizza, Beatriz Machado, que tem aproximadamente 28 profissionais motoboys registrados em carteira de trabalho, também aprova a lei, mas disse que o preço ao consumidor deve sofrer aumento.
“É uma lei importante para as conquistas dos trabalhadores. Mas ainda não estudamos as alternativas para driblar o aumento. Como o custo irá aumentar, é mais provável que iremos diluir no preço dos produtos, mas com certeza não haverá demissões”, garante ela. Fonte:A Tarde, por Joana Lopo